Integral Projectos

Criei uma nova empresa, a Integral Projectos, que vai permitir avançar para projectos de maior dimensão e complexidade.

Esta empresa conta com a colaboração de diversos especialistas em Engenharia, complementando a Arquitectura e permitindo oferecer aos clientes uma solução Integral para as suas necessidades em termos de concepção ou reabilitação de edifícios e espaços exteriores.

Estamos a preparar uma página na Internet, e trabalhando muito para fazer com que esta bela ideia se torne uma realidade sólida, e por isso não tem sido possível fazer muitas actualizações a este blog.

As actualizações serão retomadas em breve.

Obrigado a todos,

Rui Leite

Pequenas coisas - Parte 3

Continuando esta série volto ao tema do mobiliário com um quarto para um menino que precisava de espaço para estudar e para arrumar os muitos livros e brinquedos.

A solução foi uma ampla base de trabalho, que ocupa toda uma parede, complementada por uma estante e algumas prateleiras soltas que dinamizam a composição e oferecem espaço adicional. A estes juntou-se ainda um gaveteiro e uma cama, para completar o conjunto.

Um dos desafios era conciliar o desenho com a evolução do "cliente", ou seja, fazer um quarto que ele gostasse de usar com 8 e também com 18 anos. Tinha de ser dinâmico e alegre, mas não infantil.

Como era muito importante ter certeza que ele gostava do quarto antes de o realizar, optou-se por fazer imagens com bastante realismo, que ficaram bastante semelhantes ao resultado final (um motivo de grande satisfação, pois foram integralmente feitas por mim, ao contrário de projectos maiores onde muitas vezes é necessário contratar alguém especializado nessa área).

Foi uma grande alegria ver que ele gostou muito do quarto, que se tornou um espaço intensamente utilizado, seja para brincar ou estudar.

A seguir vistas do mobiliário pronto, acompanhadas de imagens prévias a partir de pontos de vista semelhantes.

Pequenas coisas - Parte 2

Móveis são uma das pequenas coisas que maior satisfação me dão ao projectar.

A simplicidade do processo permite que o resultado final seja muito próximo do concebido, e permite conciliar rigor, criatividade e custo com maior facilidade.

Este exemplo faz parte da remodelação (interior) de uma moradia. Os clientes tem muitos livros, e no quarto o único local disponível é o espaço sob a janela. Isto implicou o desenho de um móvel bastante baixo, com as medidas exactas para livros pequenos e médios.

Tinha de ser uma peça muito simples, para não entrar em conflito com outros elementos de forte personalidade, como a colcha e os numerosos quadros que fazem parte da decoração.

As duas peças de apoio, ligeiramente inclinadas para dentro e pintadas de preto, misturam-se com os livros enquanto colaboram na sua organização (e a sua posição define rectângulos em proporção dourada...  algo que uso sempre que posso).

No átrio dos quartos desta casa surge ainda uma pequena prateleira (que os clientes resolveram, para minha alegria, dedicar à poesia) onde, para além da "limpeza" visual, tentou-se resolver de outra forma o habitual problema de manter os livros na vertical.

Todos estes móveis são realizados em MDF lacado em branco pérola e negro, e tive a sorte de encontrar alguém tão perfeccionista como eu para os executar, pois a simplicidade tornaria mais evidentes quaisquer falhas de acabamento.

Em breve espero mostrar mais pequenas (e grandes) coisas.

Barcelona, 1994

Encontrei esta foto, com cerca de 20 anos (parece-me que foi ontem...).
O pavilhão alemão para a exposição internacional de Barcelona (1929), de Mies van der Rohe, onde foi tirada (já não me recordo por quem) é uma das muitas boas recordações de uma cidade cheia de grandes obras.

Pequenas coisas - Parte 1

Porque a Arquitectura (e certamente o arquitecto) não vive só das grandes construções, sempre me interessei pelo desenho de objectos de menor dimensão, como mobiliário.
Este tipo de projecto, que se aproxima bastante do design, tem a enorme vantagem da simplicidade (poucos materiais, poucos intervenientes, etc...) e permite uma maior proximidade ao processo de construção.

Resolvi assim publicar algumas pequenas coisas que vou fazendo.

Esta guarda foi desenhada para o cais do rio Minho, em Vila Nova de Cerveira. O rio define a fronteira Norte entre Portugal e Espanha, pelo que as terras que se vêem do outro lado do rio nas fotos já fazem parte da Galiza.
A guarda, desenvolvida como complemento da ecovia (que projectei para a Câmara Municipal), pretende proteger as pessoas que circulam junto ao cais. Foi solicitado um desenho com uma componente estética forte, para lá da mera funcionalidade, pois trata-se de uma parte importante da frente de rio da cidade.

A ideia, inspirada na ondulação suave do rio, foi combinar as lâminas em chapa como se fossem feitas de tecido, tornando-as visualmente leves e dinâmicas. Como as peças tocam-se em diversos pontos o conjunto torna-se muito estável e seguro.

A cor branca, para além de ser muito usada na construção naval, permite que as guardas não aqueçam demasiado, pois foram pensadas também para que as pessoas se encostem enquanto observam o rio (o inox, que seria uma boa opção devido às questões de corrosão, estava neste caso excluído devido ao custo elevado).

O tubo do topo é inclinado para tornar o apoio dos braços mais confortável e também para evitar que as pessoas se sentem em cima da guarda.

Estavam projectados mais de 100m de guarda, mas tanto quanto sei apenas foi feito o protótipo que se vê nas fotos.

Por fim convém referir que escolhi esta guarda para começar por me lembrar o Fernando Araújo, um bom amigo que é serralheiro, e que, julgo, irá gostar de a ver.

Projecto : Espaços de Apoio à Pesca, Vila Praia de Âncora

Espaços de apoio à pesca,inseridos no Projecto de Arranjo da Zona Ribeirinha de Vila Praia de Âncora,para o IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos

perspectiva da fase de projecto

Este projecto, desenvolvido em conjunto com a HPN, SA, foi orientado por vários objectivos:

Melhorar as condições para o exercício da actividade piscatória.

Qualificar o ambiente urbano

Estimular as actividades turísticas e de lazer

Assegurar a integração harmoniosa entre os edifícios a criar e o tecido urbano existente.

Tornar o espaço público mais atractivo e promover a circulação pedonal.

Durabilidade, sustentabilidade e eficiência energética

perspectiva da fase de projecto

Os Espaços de Apoio à Pesca são uma parte essencial do projecto, e incluem: Armazéns de Aprestos (os materiais utilizados para a pesca, como as redes, por exemplo), Loja de Aprestos, Oficina, Serviços de Apoio e a Sede da Associação de Pescadores

Considerou-se que estes espaços edificados, que no plano inicial se encontravam dispersos, poderiam ser agrupados, com ganhos em termos de funcionalidade. Isto permitiu a criação de um espaço reservado e abrigado dos ventos, um “Pátio dos Pescadores”, que assume o carácter de um edifício unificado.

A linguagem deste edifício assenta na sua grande extensão horizontal. Os materiais, a cor, o ritmo e forma das aberturas permitem alguns paralelos com as construções tradicionais, e estabelecem uma relação com o bairro dos pescadores, situado do outro lado da via.

vista do bairro dos pescadores

A obra encontra-se praticamente concluída e já está em actividade.

vista a partir da rua, com a loja de aprestos em destaque

 vista da loja de aprestos, que remata o conjunto

vista interior do pátio, com os vários armazéns

 vista da zona de estacionamento de embarcações. O volume mais alto é a oficina

vista da sede da associação de pescadores

Até breve. 

Projecto : Cafetaria no IPO do Porto

Cafetaria no Instituto Português de Oncologia do Porto,
para a Liga Portuguesa Conta o Cancro. 2010.

Esta cafetaria surge integrada dentro de um dos pátios do complexo de edifícios do IPO, aproveitando um espaço vazio e desqualificado. O promotor, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, pretende apoiar o IPO oferecendo condições adequadas para um momento de pausa e recuperação de energias para os funcionários e utentes da unidade hospitalar. Tratando-se de uma construção que deveria criar o mínimo de interferência nas actividades hospitalares, foi concebida com um sistema construtivo misto em metal e madeira, com vários elementos pré-fabricados.

O aproveitamento da luz natural foi considerado essencial, uma vez que muitos espaços dentro do hospital não a possuem. As fachadas são constituídas por madeira e vidro, e dotadas de elementos exteriores de sombreamento que funcionam também como um filtro, suavizando ligação visual entre a cafetaria e as construções adjacentes, muito próximas.

 A ligação com o edifício existente é assegurada por um passadiço envidraçado e fechado (foto acima). A construção tem a área total de 210 m² e espaços exteriores, ajardinados, têm cerca de 280 m².